Apenas um terço dos pais seguem as ordens médicas para suas crianças o tempo todo

março 18, 2013
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Um em cada 10 pais diz que segue as orientações dos pediatras ‘apenas ocasionalmente;’ o mais provável é ignorar as orientações em relação à disciplina, ao sono, ao tempo assistindo TV – mostra Pesquisa Nacional sobre a Saúde das Crianças da U-M.

ANN ARBOR—Regularmente, os pediatras dão conselhos aos pais de jovens crianças durante as visitas de rotina, de ‘bem-estar’, mas uma nova pesquisa de opinião pública da Universidade de Michigan mostra que muitos não estão seguindo essas orientações médicas.

Apenas um terço dos pais (31%) disse que segue as orientações dos médicos do seu plano de saúde todas as vezes, segundo a mais recente Pesquisa Nacional de Opinião Pública sobre Saúde Infantil do Hospital das Crianças Mott, da Universidade de Michigan. Treze por cento disseram que eles seguem as orientações médicas ocasionalmente.

As famílias de baixa renda (menos de 60.000 dólares anuais) desmonstraram ser as mais dispostas a seguir as orientações médicas ocasionalmente (17 por cento), número duas vezes maior do que as famílias de alta renda (8 por cento). Os pais negros e hispânicos provavelmente seguirão, apenas ocasionalmente, as orientações médicas (22 por cento e 18 por cento respectivamente), duas vezes mais que os pais brancos (9 por cento).

A maior parte dos pais (56 por cento) disse que segue as orientações médicas “a maior parte do tempo.”

Os pais responderam perguntas sobre as áreas onde eles eram mais e menos propensos a seguir as orientações médicas. Entre os pais que seguem as orientações médicas apenas ocasionalmente, os tópicos nos quais eles seguiriam com maior probabilidade as orientações médicas são nutrição, ida ao dentista, e uso dos assentos infantis de carro.

Ao contrário, esses mesmos pais tem uma menor probabilidade em seguir as orientações sobre disciplina (40 por cento), horários para colocar a criança para dormir (18 por cento) e horários para assistir televisão (13 por cento).

“Durante as visitas de rotina, os pediatras aconselham os pais e guardiões sobre como manter suas crianças saudáveis e seguras. Esta pesquisa de opinião pública sugere que muitos pais não estão prestando atenção a essas orientações constantemente, colocando as crianças em perigo nos assuntos de saúde de longa duração,” diz Sarah J. Clark, M.P.H., Diretora Associada da Unidade de Pesquisa e Avaliação da Saúde Infantil (CHEAR), da Universidade de Michigan e Diretora Associada da Pesquisa Nacional de Opinião Pública em Saúde de Criança.

Clark diz que os principais riscos de saúde das crianças estão diretamente ligados aos comportamentos e cuidados dos pais. Por exemplo, a obesidade infantil está ligada à permissão dos pais no consumo excessivo de bebidas com açúcar e na frequência exagerada no uso da televisão. A Síndrome da Morte Súbita Infantil (SIDS) está associada à colocação das crianças para dormir de bruço.

“Ainda mais preocupante é que certas populações (famílias mais pobres, famílias não-brancas) disseram que seguem as orientações apenas ocasionalmente. Sabe-se que as crianças dessas populações têm mais chances de terem problemas de saúde como a obesidade, a SIDS, e cáries dentárias,” diz Clark.

A pesquisa de opinião pública também mostrou que as avaliações dos pais sobre a qualidade dos serviços oferecidos pelos seus provedores de saúde estão diretamente ligadas ao fato de eles seguirem ou não as orientações desse provedor, diz o médico Matthew M. Davis, Mestre de Artes em Políticas Públicas e diretor da Pesquisa Nacional de Opinião Pública em Saúde Infantil do Hospital das Crianças Mott.

Entre os pais que avaliaram o provedor de saúde de seus filhos como “bom/justo/pobre”, 46 por cento deles disseram que seguem as orientações médicas apenas ocasionalmente, diz Davis, que é pediatra.

“Esta pesquisa de opinião pública sugere que os pais com dúvidas sobre as orientações médicas dadas em relação aos filhos peçam mais informações, ou perguntem por que essas orientações são importantes. Os provedores devem trabalhar no uso de uma linguagem clara, perguntando aos pais sobre as dúvidas deles, e oferecendo exemplos práticos sobre o que funciona com crianças de diferentes idades,” diz Davis.

 

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