Mães rígidas na hora de educar filhos sofrem riscos de depressão

junho 17, 2014
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Mãe acalmar um bebê chorando. (imagem)ANN ARBOR — O bebê com a orelha furada, chorando sem parar no mercado, na igreja ou em um avião pode deixar a maioria das mães frustrada, ainda mais quando alguns espectadores observam como ela acalma a criança inquieta.

Como a mãe avalia e lida com esses momentos de desafio da paternidade pode determinar se ela é suscetível à depressão, de acordo com um novo estudo da Universidade de Michigan.

As mães ficam frequentemente muito preocupadas em ser “uma mãe perfeita”, baseada nas expectativas da sociedade, que são formadas à partir da mídia, das interações familiares e com os profissionais da área médica. Estas expectativas irreais e a pressão podem afetar negativamente a saúde mental da mulher, disse Elizabeth Thomason, uma das principais autoras do estudo.

“As crianças deveriam ser perfeitas e bem comportadas, e se isso não for o caso, reflete negativamente sobre você, como pai ou mãe, segundo a percepção do público,” disse Thomason, pesquisadora da Escola de Serviço Social da U-M.

O estudo explorou como as mulheres se veêm como mães e a rigidez dessas crenças em relação a outras mães. Cerca de 113 mulheres do centro-oeste completaram um questionário sobre depressão e competência parental. Durante a gravidez e após o parto, as declarações que elas poderiam concordar ou discordar incluíam: “Eu deveria fazer tudo para o meu bebê sozinha,” “outras mães têm menos dificuldades na maternidade do que eu” e “me sinto culpada quando eu coloco minhas necessidades na frente das necessidades do meu filho.”

Uma mulher que é mais rígida em acreditar que as “boas” mães devem ser capazes de acalmar seus bebês no momento do choro, podem ser mais suscetíveis a se sentirem deprimidas porque ela é mais focada no que os outros pensam de suas habilidades parentais.

Quando uma mulher entende que ser mãe não é sempre uma experiência positiva, suas crenças são descritas como flexíveis. Isso também pode significar que ela está disposta a pedir ajuda e é capaz de expressar que ser pai ou mãe é difícil.

“Se o bebê está com um mau comportamento, não te faz uma mãe ruim. É uma questão de desenvolvimento de estratégias, mas elas podem ser um desafio,” disse Thomason.

Thomason disse que novas pesquisas são necessárias, considerando que muitas das mulheres desse estudo tinham altos níveis de educação e renda, como também parceiros. No entanto, o estudo representa um primeiro passo para examinar atentamente como as mulheres internalizam as expectativas da sociedade sobre a maternidade, ela disse.

Thomason colaborou com o estudo, que aparece na atual edição da revista Depression and Anxiety, com a professora adjunta de Psiquiatria Heather Flynn, o também professor adjunto de Psiquiatria e Serviço Social; Joseph Himle, e a professora de Psicologia Brenda Volling.

Elizabeth Thomason: http://bit.ly/1oNFVYx