O grau de educação das mães é importante para o sucesso acadêmico das crianças

novembro 25, 2014
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Mãe e bebê vestindo boné e um vestido de formatura. (imagem)ANN ARBOR — As mães sabem mais — e o grau de educação que elas alcançam pode prever o sucesso das crianças na leitura e na matemática. Na verdade, o sucesso é ainda maior se elas tiveram esta criança depois da adolescência, segundo um novo estudo da Universidade de Michigan.

A pesquisadora de Psicologia da U-M e autora do estudo Sandra Tang disse que as crianças de mães com 19 anos ou mais velhas geralmente entram no Jardim de Infância com níveis mais altos de sucesso. Estas crianças continuam a ser bem sucedidas em matemática e leitura, com notas mais altas, até a oitava série quando comparadas aos filhos de mães com 18 anos e mais jovens.

“Estes resultados fornecem evidências convincentes de que ter um filho durante a adolescência gera consequências negativas no sucesso da próxima geração,” disse Tang.

As consequências negativas das mães adolescentes não afetam só a criança nascida enquanto a mãe era adolescente, mas afetam também as crianças nascidas depois.

Pamela Davis-Kean, professora associada de Psicologia e pesquisadora do Instituto de Pesquisas Sociais e do Centro de Crescimento Humano e Desenvolvimento, disse que as conclusões trazem boas e más notícias.

A boa notícia é que os filhos de mães adolescentes que continuam sua educação depois de terem filhos têm melhor desempenho acadêmico do que os filhos de mães adolescentes que não continuaram a estudar, ela disse.

“No entanto, estas – e outras crianças nascidas de mães que já passaram da adolescência — nunca alcançam o desempenho das crianças cujas mães as tiveram depois de completarem sua educação,” disse Davis-Kean. Este grupo continua a carregar um risco de terem menor sucesso.

Os dados dessa pesquisa foram retirados do Estudo Longitudinal da Primeira Infância, uma amostra nacionalmente representativa de crianças que foram primeiramente avaliadas ao entrar no Jardim de Infância em 1998 e foram entrevistados até a primavera de 2007.
Em 14.279 casos, os resultados de matemática e leitura das crianças foram coletados durante o terceiro, o quinto e o oitavo graus.

Pesquisadores usaram esses dados para comparar as trajetórias de conquistas (do Jardim de Infância até a oitava série) dos primeiros filhos de mães adolescentes (18 anos ou mais jovens) com os filhos de mães adultas (19 anos e mais velhas). A análise levou em conta as expectativas educacionais das mães em relação a seus filhos, o ambiente doméstico e outras características, como rendimento familiar, que podem influenciar no sucesso das crianças.

As tendências indicam que as mães que dão luz durante a adolescência têm taxas muito mais baixas de conclusão do segundo grau e matrículas universitárias se comparadas com as mães que têm filhos mais tarde.

Considerando que o crescimento das realizações e conquistas geralmente permanece o mesmo ao longo do tempo para todas as crianças na amostra, tanto na matemática, quanto na leitura, estes padrões destacam a importância dos investimentos precoces que focam em mães adolescentes e oferecem a elas habilidades necessárias para promover o aprendizado de suas crianças, disse Tang.
Os resultados desse estudo estão divulgados na edição atual do Journal of Research on Adolescence.

 

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