Descartável em Arte

março 31, 2016
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Descartável em ArteA ideia inicial de Vik Muniz era apenas retratar o dia a dia de um grupo de catadores de material reciclável no Jardim Gramacho, o maior aterro sanitário da América Latina, que fica no norte da Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro. Foi muito além. O artista plástico brasileiro, radicado nos Estados Unidos, reutilizou materiais descartados diariamente, como chocolate, cinza, sujeira, manteiga de amendoim e geléia, para criar obra de arte belíssima.

As obras, altamente trabalhadas pelo artista, não são apenas “legíveis” em vários níveis, mas também chamam atenção por suas próprias características, e transmitem uma imagem sem ocultar a linguagem da imagem transmitida. Ao longo de dois anos, entre 2007 e 2009, Muniz trabalhou em um grande projeto no Brasil, fotografando os catadores de lixo como figuras de pinturas emblemáticas, como o quadro Death of Marat, do francês Jacques-Louis David, e em seguida recriando as fotografias utilizando materiais colhidos no próprio aterro. O projeto foi documentado no filme “Lixo Extraordinário”, em inglês, Waste Land, em 2010, na tentativa de aumentar a sensibilização para a pobreza urbana.

A prática distintiva de Muniz explora e se deleita com a instabilidade que existe entre a reprodução manual e a mecânica, entre a arte elevada e a cultura popular, entre o efêmero e o permanente, o codificado e o reconhecível. Muniz tem sido destaque em inúmeras exposições em museus, incluindo o Museu de Arte do Banco de la República (Bogotá), a Fundação Beyeler, o MoMA P.S. 1 (NYC), a Pinacoteca do Estado de São Paulo (SP), MACRO (Roma), o Museu Irlandês de Arte Moderna (Dublin) e a Coleção de Menil (Houston). Seu trabalho está incluído em grandes coleções públicas e privadas em todo o mundo.

 

Vik Muniz: The Illusionist
Quinta-feira, 5:10pm, March 31
Michigan Theater – Aberto ao Público –
Entrada Gratuita

Apoio do Museu de Arte (UMMA) e do Instituto de Ciências Humanas da Universidade de Michigan.