Em busca de soluções a desafios empresariais de todo o mundo

abril 26, 2016
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Estudante da Ross, Rafael de Medeiros Franco, estagiou na Impro, na China.Estudante da Ross, Rafael de Medeiros Franco, estagiou na Impro, na China.Ele tinha certeza que queria ter uma experiência profissional totalmente nova e bem distante da sua zona de conforto. Queria aprender a se “sentir confortável em situações desconfortáveis.” Queria experimentar uma cultura díspar. Rafael Franco, estudante do primeiro ano do MBA da Escola de Negócios Ross, escolheu então, a China como destino para o projeto MAP (Multidisciplinary Action Projects).

Kunal Kapoor, aluno da mesma turma, decidiu ir para o Brasil. Ele ainda não tinha tido a oportunidade de ir a América Latina e almejava ter uma experiência de negócios em um outro país emergente, como a Índia, onde nasceu.

Tanto Rafael quanto Kunal dizem ter acertado em cheio e se orgulham de tudo o que conseguiram aprender durante as sete semanas que participaram do MAP. “Me surpreendi positivamente em todos os sentidos. Os clientes trabalham com muito entusiasmo e esperam muito da gente, nos fornecem detalhes do negócio para conseguirmos alcançar a melhor solução para beneficiarmos a empresa,” disse Kunal, que trabalhou como consultor para a farmacêutica Roche Brasil, em São Paulo, com outros cinco alunos da Ross.

A estrutura hierárquica brasileira também surpreendeu o estudante de Delhi. “Na Índia há muita hierarquia e muitas vezes você não pode falar o que pensa, só as pessoas que estão em posições mais elevadas se manifestam. No Brasil, você fala o que vem a sua cabeça e isso é muito importante para o crescimento e para a criatividade profissional,” explicou.

Aprender sobre a cultura do país faz parte da experiência. Rafael no Temple of Heave, em Pequin.Aprender sobre a cultura do país faz parte da experiência. Rafael no Temple of Heave, em Pequin.Kunal trabalhou no desenvolvimento de um novo modelo de negócios para minimizar os custos da adição de novos pacientes que tratam de artrite reumatoide. Em média, esses pacientes necessitam de 8 infusões anuais de um medicamento para a doença, que é doado pelo Governo. As infusões, no entanto, acabam sendo pagas pela própria empresa pois os pacientes, na maioria das vezes, não têm como arcar com as despesas.

A empresa gasta 2/3 do orçamento anual do programa de apoio ao paciente e com o aumento da demanda de medicamentos e o investimento financeiro necessário, está chegando a um ponto de inflexão e limitações orçamentais.

“Estamos trabalhando bastante e acredito que nosso modelo vai ajudar a empresa a otimizar os recursos necessários para cada inclusão de novos pacientes, visando eficiência e sustentabilidade e a redução da despesa associada a cada inclusão. Está sendo um aprendizado incrível,” disse.

Incrível também foi um dos adjetivos usados pelo brasileiro Rafael sobre sua experiência na empresa chinesa de componentes de fundição e usinagem de alta precisão. Além de não ter trabalhado com gestão de marcas, ou ‘branding’ anteriormente, as reuniões com os chineses exigiram mudanças de estratégia e postura rápidas, além de jogo de cintura por trabalhar em uma equipe com estudantes de outros três países e de áreas de atuação diferentes.

Kunal Kapoor, da Ross, foi para a Roche, em São Paulo, Brasil.Kunal Kapoor, da Ross, foi para a Roche, em São Paulo, Brasil.O pedido do cliente era a criação de uma estratégia e um plano de ação de três anos, para possivelmente unir as marcas das três empresas adquiridas nos últimos anos – e eventualmente outras – sem perder a força dos nomes comerciais dessas filiais, além de fortalecer a empresa globalmente. “O mais interessante foi aprender a ler o público alvo e a se adaptar rapidamente. Esses ensinamentos me deixaram mais preparado para trabalhar com profissionais de culturas diferentes,” disse Rafael.

Muita discussão, lições de posicionamento, poder de persuasão e liderança, até chegarem a um projeto em comum, que agregasse as ideias de todos e satisfizesse a empresa. “Liderar não é necessariamente ser o gerente do projeto ou o porta-voz da equipe. Liderar é saber trabalhar em equipe, de forma colaborativa e fazer com que todos consigam atingir as metas comuns do projeto. Isso requer conhecer os pontos fortes e limitações de cada um e usar da melhor forma os recursos da equipe,” disse Rafael.

Tudo isso, sem contar com a experiência cultural, culinária – experimentou em torno de 50 tipos de pratos chineses – e as amizades. “O projeto MAP amplia nossas perspectivas de futuro. Posso afirmar que foi realmente uma experiência extraordinária e que fiz amigos que vou manter e, com certeza, fazer novos negócios no futuro. Quem sabe até sermos parceiros, um dia,” disse.

Assim que concluírem o projeto MAP, mais desafios à vista. Durante o próximo verão, o indiano vai passar 12 semanas em um estágio na McKinsey, em Chicago e o brasileiro vai para a Microsoft, em Seattle. “Em longo prazo, tenho como meta atuar cada vez mais em posições de liderança e participar de decisões estratégicas. Acredito que o modo de ensino prático da Ross está me proporcionando uma base completa em gestão de negócios e oportunidades para aperfeiçoar minhas habilidades de liderança,” disse.