Hora do voo solo

abril 28, 2017
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Os gêmeos brasileiros Augusto e Henrique Labella se formam no ano bicentenário da U-M.Os gêmeos brasileiros Augusto e Henrique Labella se formam no ano bicentenário da U-M.

Ann Arbor—Juntos mais uma vez, os irmãos gêmeos Augusto e Henrique Labella vão cruzar o palco montado na Big House, neste fim de semana, para receber o tão batalhado diploma. Logo em seguida, vão se separar pela primeira vez e cada um vai alçar seu próprio voo. Os brasileiros praticamente percorreram a mesma rota até agora e sempre viveram um perto do outro.

Apoio um ao outro nos 4 anos de curso e agora, voo solo.Apoio um ao outro nos 4 anos de curso e agora, voo solo.Os dois foram aceitos juntos na Universidade de Michigan em 2013. Apesar de terem tido também outras opções em diferentes universidades americanas e brasileiras, eles decidiram vir para Ann Arbor e desde então dividem o mesmo quarto e a mesma determinação em busca do canudo.

“Fazia todo o sentido virmos juntos para cá, já que a mudança era grande e estávamos deixando para trás toda nossa família”, disse Henrique. “Isso não significa que ficamos o tempo todo grudados aqui não,” brincou Augusto. “Mas claro que chegar em um país diferente conhecendo alguém ajuda! E fomos sempre um apoio para o outro.”

Agora, as rotas e planos de voo se separam. Augusto, que cursou Economia e fez especializações em Estatística Aplicada e Ciência da Computação, já tem emprego garantido no disputado mercado financeiro de Wall Street e se muda para Nova Iorque assim que se graduar.

“Estou muito feliz em ter conquistado essa vaga para trabalhar com negociação de ações e tenho certeza de que um universo está se abrindo à minha frente,” disse, já ansioso com a mudança e o estilo de vida em Manhattan.

Henrique, que se forma em Engenharia Química com especialização secundária em Ciência da Computação, vai continuar em Ann Arbor, pelo menos até o fim do verão. Expert em petróleo, ele conseguiu uma vaga aqui mesmo na U-M, para trabalhar como assistente de pesquisa no Laboratório do Professor H. Scott Fogler.

“Casa exatamente como minha área, porque este laboratório tem como foco principal o estudo do asfalteno e sua deposição em tubulações,” explicou. “Sempre tive fascinação em saber tudo sobre petróleo e tenho certeza que vou aprender muito fazendo parte deste grupo de pesquisa. Estou super feliz com a oportunidade.”

Há 4 anos, Augusto e Henrique Labella foram aceitos na Universidade de Michigan. (Foto: Vanessa Fajardo/ G1)Há 4 anos, Augusto e Henrique Labella foram aceitos na Universidade de Michigan. (Foto: Vanessa Fajardo/ G1)

Os estágios de verão no Brasil são outra coisa em comum entre os gêmeos não univitelinos, mas super parecidos fisicamente. Os dois aproveitaram as três longas férias, normal nas universidades americanas, para ficar perto da família em São Paulo e começar a entender como funciona o mercado de trabalho.

Henrique trabalhou em projetos diferentes na AMBEV e no programa do Banco Itaú. Augusto passou duas férias envolvido em projetos financeiros também no Itaú e no ano seguinte no Itaú Private Bank. “A U-M espera isso dos estudantes. Espera que a gente se exponha, explore e saia da universidade já sabendo, pelo menos um pouco, como o mercado funciona”, disseram os gêmeos.

Alma Mater – Apesar de Henrique e Augusto estarem se preparando para seguir caminhos profissionais distintos e viverem fisicamente distantes, vão carregar juntos, para sempre, o orgulho de serem wolverines e da vivência internacional.

“Quando cheguei aqui, não tinha certeza de nada e agora eu sei que posso me adaptar em qualquer lugar e trabalhar com pessoas de qualquer cultura,” disse Henrique. “Além desse indiscutível aprendizado, levamos com a gente a honra de sermos wolverines. O meu anel de formatura já está comprado e vou sempre usá-lo com muito orgulho,” complementou Augusto.