Jovens adultos sobreviventes de câncer lutam para vida voltar ao normal

julho 27, 2017
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Ilustração de um paciente com câncer durante e após o tratamento. Crédito da imagem: Nathanael RiegerANN ARBOR — Sobreviventes de câncer muitas vezes falam sobre o desejo de voltar a viver normalmente, mas um novo estudo indica que muitos jovens adultos que sobreviveram a luta contra a doença só atingem esse objetivo, dois anos após o diagnóstico inicial.

O estudo longitudinal está entre os primeiros que procura entender o funcionamento social entre adolescentes e jovens adultos que tiveram câncer.

“A pesquisa é importante para ajudar esses jovens sobreviventes a se reintegrarem melhor na sociedade,” disse o co-autor do estudo Brad Zebrack, professor Escola de Serviço Social da Universidade de Michigan.

Pesquisadores coletaram dados de 215 pacientes com câncer, com idades entre 14 a 39 anos, que passaram por cinco centros médicos em todo o país entre março de 2008 e abril de 2010. Pacientes completaram uma auto-avaliação do funcionamento social em um período dentro dos primeiros quatro meses do diagnóstico, e novamente 12 meses e 24 meses depois. Eles também responderam perguntas sobre suas interações sociais com a família e amigos, necessidades psicológicas e saúde mental.

Trinta e dois por cento dos sobreviventes relataram consistente baixo funcionamento social ao longo do tempo — e alguns estavam já estavam fora de tratamento.

Zebrack e seus colaboradores dizem que isso pode decorrer devido a transição do tratamento para a vida pós-tratamento, um tempo de novos desafios para um sobrevivente de câncer, incluindo o impacto negativo sobre finanças, imagem corporal, objetivos profissionais, relacionamento com o cônjuge, amigos e família e planos para ter filhos.

Além disso, os relatórios com baixas pontuações no desempenho social também apresentaram altos níveis de angústia, possivelmente refletindo a habilidade prejudicada de reintegração em atividades sociais devido aos efeitos do câncer, segundo o estudo.

“Estas constatações evidenciam a importância em identificar e responder às necessidades dos pacientes adolescentes e jovens adultos de alto risco no momento do diagnóstico e de monitorá-los em seguida ao longo do tempo,” disse Zebrack. “Eles são provavelmente os que mais precisam de ajuda no gerenciamento do trabalho, na escola e nos relacionamentos potencialmente problemáticos com amigos e familiares.”

A pesquisa atual indica que pacientes jovens adultos com câncer se beneficiam de programas de apoio que os colocam em contato com outros sobreviventes de câncer da mesma faixa etária.

“Eles não se identificam se fazem parte de um grupo de apoio com ‘as pessoas da idade da minha avó.’ Não é útil para eles,” disse Olga Husson, autora do estudo e pesquisadora da Radboud University Nijmegen, na Holanda.

O estudo está publicado online no jornal Cancer.

Estudo
Brad Zebrack