Crianças e tempo de tela: sinais de que seu filho pode ser viciado

dezembro 4, 2017
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ANN ARBOR—É uma cena comum na maioria das famílias jovens: crianças pequenas inclinadas sobre uma tela por horas, jogando ou trocando mensagens com amigos, perdidas no mundo digital.

Muitos pais se preocupam, quanto tempo de tela é demais?

Mas um estudo recente descobriu que essa pode ser a pergunta errada. As descobertas sugerem que a principal preocupação para evitar o vício e problemas sociais e emocionais, deveria ser como as crianças usam os dispositivos, e não o tempo gasto com eles. Essa afirmação foi comprovada depois que os pesquisadores controlaram o tempo em frente aos dispositivos eletrônicos.

“Normalmente, pesquisadores e clínicos quantificam o tempo de tela como de suma importância para determinar o que é normal ou anormal e o que é saudável ou insalubre,” disse Sarah Domoff, autora principal, que desenvolveu a pesquisa enquanto fazia pós doutorado no Centro de Crescimento e Desenvolvimento Humano da Universidade de Michigan.

“Nosso estudo demonstrou que o tempo não deve ser o fator de maior importância nesta avaliação. O que mais importa é se o uso dos dispositivos causa problemas em outras áreas da vida da criança ou se tornou uma atividade que consome todo tempo livre dela.”

Existem muitas pesquisas sobre adolescentes e o uso dos eletrônicos, mas Domoff acredita que este seja o primeiro estudo realizado nos Estados Unidos que mede o vício nas telas em crianças de 4 a 11 anos. Ela acredita que será uma ferramenta valiosa para pais, clínicos e pesquisadores.

Alguns dos sinais de alerta são: se o tempo de tela interferir com as atividades diárias, causar conflito para a criança ou para a família, ou for a única atividade que a diverte. Veja gráfico com a lista completa (abaixo).

As crianças que usam a mídia eletrônica de maneiras não saudáveis ​​têm problemas com relacionamentos, conduta e outros sintomas emocionais, disse Domoff. O estudo não examinou se os problemas emocionais e comportamentais vieram primeiro ou o vício nas telas.

Os pesquisadores basearam as medições de uso problemático de mídia nos nove critérios utilizados nos testes de transtorno de jogos da Internet e, em seguida, e confirmaram os resultados em uma amostra maior com os pais.

O artigo, com título em inglês, “Development and validation of the problematic media use measure: A parent report measure of screen media ‘addiction’ in children,” aparece na Psychology of Popular Media Culture, uma revista da Associação Americana de Psicologia.